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domingo, 25 de agosto de 2013

FALA MARIA MÃE DE JESUS


CAPÍTULO XXXII


Fala Maria, a mãe de Jesus
 

A minha palavra não pode acrescentar a menor


importância a esta obra, pois ninguém ignora que fui elemento

completamente negativo para a missão de meu filho Jesus.

Cedo, entretanto, ao pedido do médium e direi o que possa

ser de interesse com referência ao assunto.

Na realidade, era tão pobre a educação da mulher hebréia

que dificilmente se teria podido encontrar alguma, capaz de

avaliar o significado do que o pretenso profeta, como eu o

chamava, manifestava com suas palavras, com sua ação e com seu

exemplo. Entre os homens, tampouco havia-os verdadeiramente

preparados para compreendê-lo. Eu pensava que meu filho estava

louco e todos os da família acabaram por pensar do mesmo modo.

Sobre isto, pois, mal posso dizer algo de útil e falarei de

preferência do que mais tarde observei em torno da atuação de

meu filho.

O martírio e a morte de Jesus, a fé ardente dos apóstolos e

a influência de João, iluminaram meu espírito, convertendo-se na

minha mente transformada, a vítima inocente em um Semi-Deus, e

não coube já em meu espírito a menor dúvida a respeito de tão

grandiosa manifestação do amor do Pai sobre seus filhos, os

homens todos da criação; isto, porém, se bem significava grandes

realidades para minha pobre alma tão cheia de escuridão mental,

fora de mim mesma, não podia representar um grande progresso

porque na Natureza não se dão saltos, senão que tudo se encadeia

logicamente; a luz que se fez assim, então, na minha alma, brilhou

no fundo de minha consciência, servindo-me de guia em todas as

minhas idas terrestres. O grandioso mito que se fez de Maria entre
 
os Cristãos mais tarde, nada, absolutamente nada tem de real.

Fui sempre mulher, menos em uma ocasião, que me

ensaiei no sexo masculino; foi a vez que mais comodamente

passei, porém que me resultou de pouco progresso para o meu

desenvolvimento espiritual. Eu sentia-me sempre inclinada a ser

mulher e distingui-me quase sempre por minhas inclinações

religiosas, sendo que também fui monja, chegando a ocupar uma

invejável posição nesse meio, havendo eu cultivado um pouco

minha inteligência, o quanto então era possível a uma mulher

religiosa. Em verdade, recentemente, na minha última estada na

Terra, na qual de muitos dos hebreus fui reconhecida, pois poucos

anos faz que novamente regressei ao mundo dos espíritos, então

adquiriu verdadeiro desenvolvimento a minha inteligência,

completamente livre já de todos esses prejuízos causados pelo

fanatismo religioso que constitui um obstáculo quase invencível

para o progresso humano. Certamente que de amigos, recebi

constantemente, dentro de uma boa direção, uma proteção

invisível à qual correspondia até onde era possível, aos planos

formados de antemão no espaço. Nunca cessou o labor cristão,

sempre do alto, pelo próprio Mártir do Gólgota que aí selara com

seu sangue os sublimes ensinamentos ensinados já por ele, com a

palavra e o exemplo.

Sem dúvida, seguidos foram os obstáculos com que o

magno labor tropeçou na Terra devido à falta de capacidade de

seus enviados para a transcendental tarefa.

Muitos e repetidos foram os ensaios, constante o esforço e

continuada a luta, porém faltou a unidade de ação, essa unidade

que anteriormente fácil alcançar ao Mestre pela mediunidade de

Paulo que, submetendo-se a Jesus no caminho de Damasco, nunca

lhe faltou durante esses tempos, comunicando com bastante

exatidão ao homem a sua palavra principalmente nas etapas

subseqüentes, não que diminuísse a mediunidade do Apóstolo,

mas sim que lhe foi adverso o ambiente e em nenhum caso o

favoreceram as circunstâncias, o referente, ao menos, como que

para dar lugar à clareza e segurança das manifestações a que agora

alcançou, devido em grande parte às suas recordações

retrospectivas que lhe servem de sólida base para não esmorecer

em sua tarefa, apesar da incredulidade e oposição dos próprios
 
cristãos que pensam que São Paulo havia de apresentar-se-lhe

como um ser extraordinário, uma personalidade rodeada de

portentos e milagres, não já um homem como os demais, muito

mais desprendido, que a generalidade, o material e convencional,

principalmente no cumprimento de sua missão, porém sem

transparecer nada que possa fazer dele um ser superior.

A tradição cristã, muito exagerada quanto ao valor dos

homens, converteu os apóstolos, que eram sumamente humildes

de posição e compreensão, em personagens de grande valia, isto é

e foi a causa de muitos erros. Estes homens eram unicamente

extraordinários por sua fé, sinceridade e vontade ardente assim

como por seu grande amor ao Mestre, porém se houvessem tido

suficiente adiantamento que lhes permitisse recordar o passado,

durante suas encarnações, não teria faltado ao Cristianismo a

unidade no esforço e na direção única, que só de Jesus podia vir.

Pelo contrário, nem bem retornados à vida humana, esqueciam

todas as suas promessas e toda a noção sobre o verdadeiro

propósito e fins precisos de sua missão, vendo-se geralmente,

devido a isto, lutar em campos opostos, como sucedeu durante a

reforma, em que ambos os campos conduziam-se mal, e muito

antes também com as heresias e os trabalhos do livre pensamento.

Muito difícil é e somente por exceção, em muito reduzidos

casos, pode ter lugar a recordação das vidas sucessivas devido a

que a memória do homem reside essencialmente no cérebro,

podendo recordar, por conseguinte, somente os acontecimentos

que se tenham gravado nele durante cada vida. Por isso não se

recordam os sonhos que eu diria verdadeiros, quero dizer, aqueles

em que, encontrando-se o corpo completamente dormido, vive

unicamente a vida vegetativa e não pode o espírito fazer uso de

nenhum de seus órgãos por cuja razão se vê obrigado a agir sem o

corpo; de maneira que, exteriorizadas todas as suas atividades,

porque o espírito nunca pode ficar inativo, resulta viver longe do

corpo por meio do corpo que lhe é próprio e dos fluidos que tira

do corpo e que o mantêm unido a ele, assim como a esse meio

especial resultante das atividades de todas as pessoas dormidas

também exteriorizadas, que pensam e recordam sem os

empecilhos do cérebro, porém, sem deixar, em compensação,

neste as impressões que constituem a recordação para o homem;
 
os médiuns e os “mãos Santas”, alcançam cousas imensamente

mais portentosas que os profissionais do magnetismo, devido à sua

maior fé e em geral mais elevados sentimentos. Mas, volvamos

aos propósitos destas linhas.

Encontrando-me, como disse, ao corrente de todos os

esforços de Jesus para restabelecer a verdade e pureza de suas

doutrinas, chegando a ser, muito cedo, eu mesma uma de suas

colaboradoras, tive constantemente o pesar de ver desbaratados

seus planos pela razão cruel do completo esquecimento de todo o

propósito tomado na vida espiritual, pelos que voltavam à Terra

onde seguiam geralmente rotas opostas às que haviam escolhido.

Contudo, o esforço que cada qual fazia para ser virtuoso, a oração

e a fé em Deus, assim como a experiência paulatinamente

acumulada, foram-lhes dando maior consciência de todas as

cousas. Compreenderam que para dominar o ambiente fluídico,

sem o qual nada se alcança, são necessárias também a saúde e as

forças físicas, tendo se empenhado em seu desenvolvimento,

principalmente Marcos, Mateus e Paulo; Pedro e João trabalharam

mais no sentido extracorporal. Deveis saber que a saúde e a força

física dependem em parte do desenvolvimento do corpo astral, e

como nada se perde, tampouco perde-se o desenvolvimento que

em cada vida alcança o homem para seu corpo, pois a envoltura do

espírito ao separar-se do corpo material, leva consigo todo o

melhoramento, toda a aptidão adquirida e até a tendência para

adquirir ou vencer as enfermidades de que sofreu o corpo e pôde

vencer. Deste modo, melhor preparados, os Apóstolos sempre sob

a direção do Mestre lograram promover, no século XIX, um

grande renascimento religioso, principalmente em Norte América,

na esperança de poder derivar dele um progresso suficiente da

religião para voltar à pureza do primitivo cristianismo. Muito

depressa, porém, se aperceberam que as preocupações de raça e de

seita dominante naquele ambiente não se prestavam para levar a

cabo tal propósito. Dirigiram então suas vistas para a América do

Sul.

Todos os apóstolos, menos Pedro e João, tinham voltado à

Terra. Os apóstolos não se reconheceram entre si, menos Paulo,

que bastante titubeou no princípio de sua missão, chegando até a

ridicularizar a Jesus, apesar de ser de temperamento muito

religioso, Paulo os foi reconhecendo a todos mais tarde, devido ao

grande desenvolvimento que em sua atual vida alcançou pela
 
mediunidade, da qual precisamente se serviu Jesus para ditar a

presente obra e com a qual se restabelece a primitiva pureza

Cristã, livre de toda a fraude. Esta mesma exposição que faço

demonstra que o verdadeiro desenvolvimento do cristianismo é

devido ao esforço dos apóstolos e seus discípulos sob a direção de

Jesus sem nada de milagroso nem de sobrenatural; inculcando,

isso sim, ainda que lentamente e de forma que cada qual vá

compreendendo por si mesmo, que existem grandes

potencialidades no espírito que ele deve desenvolver,

principalmente pela virtude e os sacrifícios, potencialidades que

chegarão a fazê-lo senhor da Natureza.

Para abreviar, direi: que Pedro e João, do espaço,

conseguiram estabelecer em meados do século XIX, um núcleo

importante em Buenos Aires. Esse importante núcleo foi quase

constantemente presidido por Santo Estêvão, eleito para o lugar

por sua fé, constância e laboriosidade inquebrantável, apoiado por

uma moralidade sem jaça, secundando-o muito de perto José de

Arimatéia, que também nesta ocasião ajudou a Jesus com sua

posição social distinta e opulenta, pois que, como já vos disse,

nada se alcança por milagre, sendo que entre os homens e para

todo o labor humano, necessários são meios humanos e ainda

quando feito foi pelos esforços do Messias a aproximação do Céu

à Terra, sempre que a esta se deve chegar, por meios terrestres o

temos de fazer.

Santo Estêvão também desfrutava de uma posição social

distinta e pecuniariamente desafogada, assim como o evangelista

São Mateus, porém, realmente opulento unicamente o era José de

Arimatéia. São Mateus distinguiu-se principalmente por sua

eloqüência, com a qual chegou em diversas ocasiões a comover os

mais elevados da Sociedade de Buenos Aires. Barnabé

desempenhava as funções de tesoureiro e ao mesmo tempo de

vigilância da associação; direi seu nome, como o mais modesto e

menos conhecido que os dos anteriores; vou dá-lo para que possa

servir de base para o conhecimento a que alguém possa chegar, do

fato que nos ocupa: chamava-se José Rodríguez e era espanhol.

Paulo, muito jovem ainda e conduzido inconscientemente

do espaço por Pedro e João, apresentou-se à Associação que, se

bem que fundada em sua origem somente por doze membros,

muito numerosa havia chegado a ser naquela ocasião, porém,
 
cousa curiosa, repetiu-se a desconfiança e o temor que houve antes

quando os apóstolos não quiseram recebê-lo, renovando três

vezes, inutilmente, seu intento até que Barnabé, o mesmo que

antes, o apresentou pessoalmente. Paulo levou depois Marcos, não

o apóstolo, mas sim o discípulo de Pedro, o mesmo que com

Barnabé o acompanhara em sua viagem a Roma aonde ia

evangelizar o Ocidente em nome do Senhor. Ambos foram muito

queridos, como já o era Barnabé, por sua laboriosidade e

constância apesar de, do mesmo modo que na época evangélica,

Paulo ter atuado mais fora da associação que dentro dela.

O apóstolo Marcos permanecia então no espaço; digo

espaço, porque se bem que tudo existe dentro do espaço, os

homens formam parte da Terra e não se encontram diretamente no

espaço; refiro-me pois, ao dos espíritos. A Paulo, por sua

mediunidade, nunca lhe faltaram sinais e até conversações do

mundo dos espíritos, mas temia por não ver nada perfeito nos

demais homens, e por outra parte Pedro e João invisivelmente o

velavam para evitar todas as comunicações até que seu tempo

chegasse; porém, tão depressa conseguiram cercá-lo dos meios

que dentro da associação lhe serviam como elementos da força

para lutar contra os espíritos do mal que se empenhavam

violentamente em destruir a sua obra, Paulo pôde ser desenvolvido

por eles com segurança, dando-lhe paulatinamente a recordação do

passado para que pudesse ter melhor consciência da obra que lhe

estava encomendada, pois de outro modo, devido a seu espírito

investigador e demasiado positivo, qualidades que já

anteriormente haviam embaraçado suas intimidades para com os

apóstolos, a sua obra não podia ser conduzida dentro de uma

associação de um caráter um tanto místico e porque o regulamento

proibia todo o trabalho medianímico, fora da sede da associação e

qual não estivesse sob a imediata direção da Comissão espiritual

que se havia constituído para dirigir do espaço os trabalhos de tal

natureza, que tantos perigos entranham no homem. Paulo foi

amplamente autorizado a trabalhar fora da sede da Associação,

assegurando-se-lhe toda a proteção espiritual possível.

As lutas e dissabores que teve que sofrer Paulo por sua

obra são pouco menos que indescritíveis, salvando-o seu poder

excepcional, a ajuda e perícia de seus protetores invisíveis que o

rodeavam de dia e de noite, com uma dedicação e denodo
 
incomparáveis.

Grande parte de sua obra permanece desconhecida, porém
seus efeitos propagam-se já por todas as partes e José, o que foi

meu esposo, não permaneceu muito tempo no seio da tal

agremiação, devido a seu caráter um tanto duro e orgulhoso, ainda

não modificado suficientemente desde aqueles tempos. Era

entretanto bastante laborioso e culto para poder prestar bons

serviços à idéia e o fez, ainda que fora do núcleo.
 
Tadeu, que ainda está entre vós,1   no ano de 1905, recebeu

da Itália, sua terra natal, a Vida de Jesus ditada por Ele mesmo,  


traduzida do francês para o seu idioma, e a “Sociedade Científica
 

de Estudos Psíquicos”
2  fê-la traduzir para o castelhano,

encarregando-se deste trabalho o seu próprio Presidente, que

conhecia bem esse idioma por haver feito os seus estudos na Itália.

O segundo tomo foi ditado depois ao médium X.X.,

instado para isso, por Jesus, em repetidas ocasiões. Depois de uma

aparição de Jesus ao médium, além de diversas notáveis

manifestações, foi que ele acedeu, plenamente convencido da

intervenção direta do Mestre.

Recebeu-se então a comunicação, cercando-a de um

controle muito grande e rigoroso, razão por que demorou tanto a

completar-se a segunda parte, recentemente terminada, com a

adição de dois novos capítulos, o XXV e o XXVI, e a presente

comunicação.

Também as outras mulheres seguiram, como eu, prestando

a sua cooperação à grande obra iniciada por Jesus há quase dois

mil anos, encarnando elas também, de preferência, no sexo

feminino. Salomé fez parte do núcleo durante a maior parte de sua

vida, prestando importantíssimos serviços com sua mediunidade.

E seu filho Tiago ajudou Paulo com muito interesse e

carinho, com outros dois apóstolos que não vou nomear. Marta

evangeliza na cidade de Córdova, e Madalena trabalha também

com afinco dentro e fora do núcleo, nesta capital. Eu também

cooperei neste grande movimento, consagrando-lhe a maior parte

de minha última existência e mantendo estreitas relações, desde

Espanha, com o núcleo de Buenos Aires. E foi esta a época de
 
1 - Recentemente voltou ao mundo espiritual. — Nota do Sr. Rebaudi.
2 - De Buenos Aires.
 
 
maior luz para o Cristianismo definitivamente libertado de todo o

dogmatismo que Jesus sempre combateu fora de toda a religião,

porque o Cristianismo é a religião. Os discípulos dos discípulos do

Senhor, espalhados por todo o mundo, levam a boa nova por todos

os âmbitos do Globo, fazendo estremecer os templos idólatras,

desde os seus alicerces, para que se compreenda a idéia de Jesus,

que se reconheça o universo inteiro como o templo digno do

Altíssimo.

Louvores a Jesus a quem tudo isto é devido! Jesus é um

irmão nosso, é um dos nossos disposto sempre a aproximar-se de

todo aquele que sinceramente o chame, mas por sua elevação e por

sua alta missão, o chamamos: O Senhor, sem fanatismo, apenas

como sinal de amor e gratidão pela obra de seu imenso amor.

Em seu nome despede-se de vós e vos abraça.

MARIA

Continuação...
 
 

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